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O mundo parou no último sábado para assistir ao casamento de Meghan Markle com o príncipe Harry. A cerimônia, como todos sabem, foi um marco ao inaugurar a diversidade na conservadora realeza britânica. Mais do que uma linda e carismática noiva, Meghan simboliza a mulher forte e engajada que surpreendeu pela elegância do estilo minimalista de seu vestido e por organizar – ao lado do marido – uma cerimônia pluralista unindo a tradição às suas raízes afro-americanas, das quais ela faz questão de se orgulhar.
E o que o casamento real tem a ver com Comunicação Corporativa, nosso negócio? Tudo. Ele simboliza a nova era que estamos vivendo, em que as causas que as empresas abraçam refletem os anseios por uma sociedade mais justa e responsável. No artigo anterior, falamos sobre a importância de identificarmos o propósito das empresas e a diferença entre propósito e causa. O casamento real nos inspira a pensarmos em como as empresas devem identificar as causas às quais querem atrelar sua imagem.
O primeiro passo a considerar – ainda sob a inspiração da nova integrante da família real inglesa – é a genuinidade. Assim como a simpatia e a “verdade” que a princesa de Sussex transmite geram um grande “engajamento” das pessoas, as causas que o mundo corporativo abraça devem ter um link com o propósito. Muitas incorrem no erro do oportunismo, aderindo a causas da moda sem ligação com o seu DNA ou a natureza de seu negócio. Os profissionais de comunicação corporativa, tão preocupados com as “fake news” devem se preocupar com as “fake causes” que, além de não construir um elo com os consumidores, têm o poder de desconstruir. O cenário pode piorar muito se as estratégias de divulgação contemplarem apenas objetivos mercadológicos ou de marketing.
Na era do diálogo e da pluralidade em que vivemos, em que ética e transparência assumiram o papel que nunca deveriam ter deixado de ocupar, o importante é ser verdadeiro e fazer diferença na vida das pessoas. O universo de causas é infinito. Os responsáveis pela Comunicação recebem diariamente dezenas de sugestões para apoiar ONGs e projetos de responsabilidade social. Sem um diagnóstico aprofundado de onde a empresa quer chegar e como quer ser vista, um apoio mal planejado pode se transformar numa armadilha, arranhando a sua reputação.
Outro erro comum nas empresas é aderir a causas isoladamente. Vivemos num mundo ditado por redes e trabalhar em parceria é condição fundamental para o sucesso de uma causa. Mais do que aportes financeiros, as causas requerem profissionais preparados e unidos no mesmo objetivo para o seu sucesso.
E diante disso tudo, como identificar causas empresariais?
- A causa deve promover um impacto, seja ele ambiental, social ou econômico;
- A causa tem que estar diretamente atrelada ao propósito e à natureza do seu negócio;
- A causa tem que mobilizar vários parceiros, pois “uma andorinha sozinha não faz verão”;
- Aderir a causas polêmicas requer preparo da empresa. Qual a abrangência que queremos: atender aos anseios de muitas pessoas ao mesmo tempo ainda que incomode algumas? Ou privilegiar um pequeno grupo mesmo que incomode a maioria;
- A causa tem que ser “oportuna” e não “oportunista”. Os dois conceitos são bem distintos;
- Toda causa tem que estar ligada ao ambiente digital para estabelecer um diálogo em tempo real com o público envolvido nas redes sociais e demais mídias online;
- A causa tem que ser mensurada. Quantas pessoas foram engajadas? Em quais momentos do processo? Qual o impacto percebido pela sociedade e como a adesão à causa impactou minha imagem?
Faça as piores perguntas a si mesmo e avalie os prós e contras antes de aderir a uma causa. E claro, toda a causa é para o bem, especialmente para sua empresa e seus colaboradores!
Se precisar de alguma ajuda estamos a disposição para te ajudar.
Vamos tomar um café?