Comunicação Não-Violenta

Comunicação Não-Violenta em tempos de polarização

By ADS Comunicação Corporativa

A Comunicação Não-Violenta (CNV), estruturada pelo psicólogo norte-americano Marshall B. Rosenberg nos anos 60, tem sido aplicada no Brasil por profissionais de comunicação preocupados com as relações interpessoais dos colaboradores das empresas.

A polarização política ganhou as ruas, as redes sociais e deve voltar à tona este ano com as eleições nas prefeituras e Câmaras de Vereadores de todo o País. Sabemos que os debates acalorados são inerentes em momentos de eleições.

O problema é quando as pessoas incorporam este comportamento nas mais variadas situações, desde um encontro de família até uma reunião de negócios.

A comunicação violenta sempre é danosa, pois interfere nas relações pessoais e profissionais, na autoestima das pessoas, na sua forma de se expressarem, de não serem compreendidas e na ausência da empatia.

O incentivo à CNV nas corporações, ao contrário, promove conexões consistentes e duradouras. A partir do entendimento das necessidades do outro, estabelecemos o diálogo produtivo baseado no respeito, cooperação e gratidão.

O desafio de quem adota a CNV é manter-se atento para não sucumbir aos maus comportamentos. Sentimentos como individualismo, egocentrismo, ganância ou preconceito geram situações negativas passíveis da adoção das práticas de Comunicação Não-Violenta.

As técnicas de Marshall são cada vez mais necessárias nos ambientes em que a competitividade e pressão por resultados conduzem a comportamentos extremos.

Grandes líderes adotaram a CNV como Nelson Mandela, Mahatma Gandhi e Martin Luther King. Marshall estruturou a técnica quando começou a atuar no movimento dos direitos civis norte-americano como orientador educacional em escolas e universidades que abandonavam a segregação racial.

Durante este período, ele fazia arbitragem e treinamentos em técnicas comunicativas. Estavam criadas as bases para o seu método, capaz de apaziguar desde grandes conflitos entre países até embates rotineiros das pessoas no dia a dia.

Então, sua empresa está preparada para a prática da CNV entre seus colaboradores? Veja alguns passos.

1. Princípios básicos da CNV

Num exemplo bem prático, a CNV ajuda a elaborar um discurso baseado em quatro princípios:

  • Observação: descrever a ação que nos incomoda, de modo concreto, sem julgamento ou juízo de valor.
  • Sentimento: dizer como nos sentimos em relação ao fato que observamos, sem ofender ou criticar.
  • Necessidades: situar quais necessidades, valores e desejos estão gerando nosso sentimento.
  • Pedido: pedir ao outro claramente a ação concreta que nós esperamos dele, sem ordenar ou ameaçar.

2. Empatia

A Comunicação Não-Violenta é a comunicação empática. Nossas ações devem satisfazer as necessidades humanas (as nossas e a dos outros) sem a prática de coerção, acusação ou ameaças.

A CNV parte do ponto de que existem necessidades universais a serem atendidas.

3. Evite julgar

Nem tudo na vida é passível de julgamento. Bom ou mau? Certo ou errado? É o velho hábito que as pessoas têm de julgar o outro, geralmente sem direito à defesa.

Para Rosenberg, quando você julga, a intenção é punir ou machucar o outro.

E a punição nos impede de sentir empatia. Portanto, aceitar que cada pessoa é passível de errar (e isso vale para nós mesmos) leva ao sentimento de compaixão, importante na CNV.

4. Saber expressar os sentimentos

A CNV não deve ser confundida com passividade. Pelo contrário, a técnica permite às pessoas expressar melhor seus sentimentos, revelar necessidades que precisam ser atendidas e selar acordos.

Por isso, o método é bastante utilizado em processos de mediação e arbitragem.

O segredo é incentivar os colaboradores a expressarem suas opiniões claramente, mas sem ofensas, para que sejam encontradas soluções que atendam a todos.

5. Ouvir sempre

Qualquer programa de CNV passa pela prática da escuta ativa e o respeito às opiniões divergentes. Discordar das pessoas é natural, mas desrespeitar ou agredir verbalmente é inadmissível na CNV.

A prática da empatia requer saber ouvir e ser ouvido. Sem isso, não há como chegar a um consenso ou a uma relação de entendimento entre as partes.

6. Não ficar na defensiva

A Comunicação Não-Violenta também ajuda a praticar a empatia quando recebemos alguma crítica. Se alguém nos chama a atenção por algo que não nos agrada, a reação é retrucar, aceitar ou ignorar.

A CNV ensina que quando alguém te acusa de algo, significa que a necessidade da pessoa não foi atendida e não necessariamente que você fez algo errado.

Nesse caso, a comunicação de ambos deve ser expressa honestamente. Quem a ouve pode refletir sobre a necessidade do outro que está por trás da crítica. Já quem critica, deve saber identificar sua necessidade não atendida e expressá-la sem ofender o outro.

7. Autoconhecimento

O autoconhecimento é essencial na CNV. É conhecendo seus comportamentos e atitudes que as pessoas compreendem o impacto que provocam no outro e em si mesmos. O amadurecimento faz parte do processo.

8. Como sistematizar a CNV na empresa

As áreas de Recursos Humanos podem elaborar e implantar um guia de Comunicação Não-Violenta entre seus colaboradores. A cultura organizacional deve permear todo o processo e a comunicação interna tem a tarefa de engajar as pessoas apresentando seus principais benefícios.

No mundo corporativo, a CNV contribui para o desenvolvimento e integração de equipes, melhoria de serviços e atendimento a clientes e implantação de um clima organizacional de paz no ambiente. O envolvimento da área de Comunicação Corporativa é essencial nesse processo.

Quer implementar a Comunicação Não-Violenta (CNV) na sua empresa? A equipe da ADS está preparada para ajudar você nesse processo que melhora o clima organizacional.